Chantal Akerman

Minha grande descoberta cinéfila neste ano tem sido os filmes da Chantal Akerman. Eu já havia visto La Captive, brilhante filme mas no meio do turbilhão de um dos Festivais do Rio. Agora, com mais calma, venho fazendo um mergulho no seu cinema, inspirado pelo impacto de seu episódio em O Estado do Mundo, e o mítico plano de dez minutos de Shangai em seu episódio. Com isso, baixei no emule vários filmes da diretora belga, entre os quais D´Est, News from home, Jeanne Dielman e Je tu il elle. Todos absolutamente admiráveis. Além desses, curtas perturbadores como Saute ma ville e La chambre. São trabalhos complementares mas com uma unidade extraordinária. Vê-los em conjunto, num intervalo pequeno, fez com que Chantal Akerman passasse a ser uma das minhas principais referências cinematográficas. Esses filmes me proporcionaram um diálogo impensável com os meus próprios trabalhos, com as coisas que venho desenvolvendo ao longo dos meus curtas e em Em Casa e Desertum: a questão de se expor pessoalmente nos filmes, a busca por um cinema do registro de planos longos, a idéia de se filmar o estrangeiro com um sentido documental e de registro como espelho de si mesmo, a busca por uma mise en scène rigorosa que fale da distância, do silêncio e do vazio da experiência de viver. Independentemente disso, a força e o rigor de seu cinema são indiscutíveis e me causaram forte impressão. Je tu il elle é um trabalho pessoal tão íntimo e feminino que mal cabe na tela. D´Est e News from home são investigações preciosas de como filmar o estrangeiro. Já Jeanne Dielman é a antecipação do cinema contemporâneo em trinta anos, um dos filmes mais radicais e corajosos já feitos, com um poder de rigor e precisão impensáveis. Bom, falaremos mais sobre eles, depois que a ficha cair. Vou tentar também ver alguns outros. Ave Akerman!


.

Comentários

Anônimo disse…
Blog: O Mistério Colombo Revelado

O Livro: O Mistério Colombo Revelado

Christopher Columbus is dead Unmasking Columbus Website

Postagens mais visitadas