RETRATOS FANTASMAS
RETRATOS FANTASMAS de Kleber Mendonça Filho Assim como Retratos Fantasmas é dividido em três partes, vou utilizar uma estrutura análoga ao filme para apresentar minha crítica. 1ª parte: O DIÁRIO AFETIVO. Não costumo buscar muitas informações sobre um filme antes de vê-lo. Assim, tive a impressão de que Retratos fantasmas seria um documentário sobre as salas de cinema no Centro de Recife. É claro que ele também é isso, mas o primeiro aspecto que me chamou a atenção no filme é sua estrutura em torno do cinema em primeira pessoa. Vejo Retratos fantasmas, acima de tudo, como uma grande homenagem de Kleber à sua mãe. Na primeira parte do filme, num tom até certo ponto bastante atípico em relação ao cinema de Kleber, vemos o próprio realizador narrar, em primeira pessoa, seu cotidiano afetivo, em torno da casa em que a família morava, da vida do bairro de Setúbal e de sua formação como cineasta, uma vez que vários dos seus filmes foram rodados no interior de s