(FestRio) Lost Zweig

Lost Zweig
de Sylvio Back
Brasil, 2004
Odeon, seg 12:00
*

Depois de Nobody Knows e Agente Triplo, a triste realidade: um filme brasileiro. Mas até que não foi tão trash não, apesar de não ser um bom filme. O maior mérito de Lost Zweig é ser uma homenagem ao Morte em Veneza, e o diretor buscou isso numa concepção de mise-en-scene, no clima da arte, no tempo da narrativa, etc (só faltou os zooms toscos do extrapordinário filme de Visconti). Daí que Lost Zweig é pesado, parece ser um filme antigo, mas o filme comete um erro capital. Ele estava até indo bem até os primeiros 40 minutos, mas aí tem um flashforward incrível que mostra o final do filme. É um recurso ousado, e Back merece até ser elogiado por isso, mas o problema é que só ser ousdado não adianta, tem que ousar e a coisa funcionar. E no caso não funcionou, e ele perdeu o filme. O tal final – e mais uma declaração de amor ao Morte em Veneza – é o protagonista morrendo, e todo o resto do filme acaba sendo absolutamente redundante, porque apenas ratifica o que já foi mostrado antes, sendo absolutamente cansativo e redundante. Já sabemos enbtão que ele vai morrer e que Vargas não vai dar o visto. O filme perde então todo o interesse e a possibilidade de dramaturgia. A verdade também é que o filme tem um bom gancho (o escritor que não quer escrever nada encomendado para manter sua integridade pessoal, mas se ele o fizer ele deixa de salvar vidas, então vale a pena?), mas não sabe como desenvolver: tudo fica primário, e os personagens perdem em substância, não tendo conflito e não se tornando interessantes. Syilvio Back ficou quase 10 anos para realizar esse filme, e isso ressoa, dado retumbante na nossa cabeça... ainda assim, lamentavelmente não é um bom filme, embora tenha coisas bem interessantes, a principal delas ao meu ver é a buzina que se confunde com sirene no início do filme, que dá um tom bem estranho. O filme é até bem realizado e as referências ao Morte em Veneza dão um certo tom. Enfim, um filme válido, mas que ficou faltando um pouco para ser bom.

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