Taurus

 

Taurus

De Alexsandr Sokurov

CCBB qui 23 14hs

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Depois de Moloch, o totalmente redundante Taurus faz parte da tetralogia do diretor tentando humanizar os ditadores. Humanizar em termos, porque ambos tratam dos derradeiros dias desses ditadores, numa espiral de degradação física e psicológica. Ambos os filmes têm o mesmo visual soturno, cheio de névoa e enclausurados em interiores sombrios.

 

Dito isto, é tudo o que poderia ser dito sobre estes filmes. Terrivelmente redundantes e terrvelmente entediantes, Sokurov chega numa encruzilhada: seus castelos visuais e de denúncia das atrocidades dos homens públicos resultam num cinema previsível e aborrecido. Se Sokurov busca uma outra visão sobre esses líderes, mais perto do homem comum do que de grandes mitos, esse olhar soa anacrônico e terrivelmente moralista. Os líderes, afogados na degradação moral e na doença, soam patéticos para o público. O filme passa a ser como um anedotário moralista da farsa da liderança autocrática do início do século XX, mas acaba ficando muito aquém de qualquer objetivo: como parábola política, como ensaio da “ilusão do poder” ou dos limites da condição humana, como perspectiva histórica e especialmente como cinema, Taurus, assim como o anterior Moloch, nada acrescenta.

Comentários

Anônimo disse…
Pô, cara, Taurus é ruim assim? Um grande abraço.

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