Sobre a ilusão do rebuscamento na crítica de cinema e no mundo

Rodrigo,
Vi que você fala sobre o “rebuscamento” na crítica de cinema no seu blog. Talvez (não sei) seja por influência do tópico que coloquei em meu blog.
Você deve lembrar que eu sou oriental. Não é à toa que para mim o melhor cinema do mundo é o de Ozu. E depois o de Straub, o de Oliveira, o de Rohmer. São cineastas contra o “rebuscamento” da imagem e da vida.
Tenho a impressão de que talvez pudéssemos viver num mundo melhor se as coisas fossem vistas sem um “rebuscamento”. As pessoas precisam ser (ou pelo menos tentar) mais claras consigo mesmo em relação ao que se busca, sem querer “passar a impressão” de que se sabe o que se está dizendo quando não se sabe.
Aoyama faz um cinema difícil, um cinema que não é nada claro, mas seu estilo é contra o “rebuscamento”.
O “rebuscamento” faz o crítico muitas vezes colocar-se acima do filme, acima do leitor, acima do cinema.
O “rebuscamento” é uma ilusão do crítico para consigo mesmo, uma “ilusão de poder”, pois o crítico nada é.
Gosto da crítica que fala com o leitor, olhos nos olhos, uma crítica ética.
Dá uma olhada no site http://grupodesvio2.zip.net/index.html um texto sobre os filmes do Ozu. Leia especialmente a primeira parte. Isso é que para mim é um texto honesto. O resto é o resto.
É isso,
Abraço,
Cinecasulófilo.

Comentários

Anônimo disse…
cinecasulófilo, muito obrigado pela menção. aprendemos muito com você.

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