(FORA DO FESTIVAL) mais um Dreyer
O amo da casa (Você precisa respeitar sua esposa)
De Carl Dreyer
DVD
**
.
Entre Michael e Glomdalsbruden, Du skal ære din hustru, em 1925, é um
pequeno drama familiar que comprova a dívida de Dreyer com o cinema de
Griffith que, decerto, foi a grande fonte inspiradora de Dreyer até alcançar
seu estilo próprio, em A Paixão de Joana D´Arc. Já falamos um pouco disso no
Glomdalsbruden, mas desta vez, a influência de Griffith acontece de outra
forma: a do cinema de reedificação moral e a importância do drama familiar.
Falando dessa forma, o leitor poderia pensar no filme como se fosse os
melodramas de Frank Borzage, mas aqui o que surpreende é o seu tom leve e
toque de humor peculiar. Bom, a trama do filme é um homem que trata mal sua
esposa, apesar de esta fazer todos os seus caprichos, mesmo com dificuldades
financeiras. A mãe da esposa e a antiga ama do marido faem um plano: retiram
a dona-da-casa para um descanso, enquanto o homem fica a sentir a sua falta.
No final, quando ele vê de verdade a falta que sente da esposa, ela retorna
para o happy end. De alguma forma, Dreyer gira em torno do seu tema
preferido: como as pessoas devem deixar de lado seus "egos" em busca de um
amor verdadeiro. Mas aqui prejudicam um pouco o tom correto do drama moral e
as poucas perspectivas da encenação praticamente teatral (por outro lado,
isso é incrível, pois o filme se passa praticamente todo num único
aposento). Um filme menor de Dreyer, inclusive na mise-en-scene, se
pensarmos no anterior Michael, bem mais ambicioso e mais típico do futuro
desenvolvimento da carreira do diretor, mas de qualquer forma não deixa de
ser em alguns momentos delicioso como o diretor faz um filme "feminista", em
que as três mulheres arquitetam um plano para que o homem reveja seu
machismo e se torne mais humano.
De Carl Dreyer
DVD
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Entre Michael e Glomdalsbruden, Du skal ære din hustru, em 1925, é um
pequeno drama familiar que comprova a dívida de Dreyer com o cinema de
Griffith que, decerto, foi a grande fonte inspiradora de Dreyer até alcançar
seu estilo próprio, em A Paixão de Joana D´Arc. Já falamos um pouco disso no
Glomdalsbruden, mas desta vez, a influência de Griffith acontece de outra
forma: a do cinema de reedificação moral e a importância do drama familiar.
Falando dessa forma, o leitor poderia pensar no filme como se fosse os
melodramas de Frank Borzage, mas aqui o que surpreende é o seu tom leve e
toque de humor peculiar. Bom, a trama do filme é um homem que trata mal sua
esposa, apesar de esta fazer todos os seus caprichos, mesmo com dificuldades
financeiras. A mãe da esposa e a antiga ama do marido faem um plano: retiram
a dona-da-casa para um descanso, enquanto o homem fica a sentir a sua falta.
No final, quando ele vê de verdade a falta que sente da esposa, ela retorna
para o happy end. De alguma forma, Dreyer gira em torno do seu tema
preferido: como as pessoas devem deixar de lado seus "egos" em busca de um
amor verdadeiro. Mas aqui prejudicam um pouco o tom correto do drama moral e
as poucas perspectivas da encenação praticamente teatral (por outro lado,
isso é incrível, pois o filme se passa praticamente todo num único
aposento). Um filme menor de Dreyer, inclusive na mise-en-scene, se
pensarmos no anterior Michael, bem mais ambicioso e mais típico do futuro
desenvolvimento da carreira do diretor, mas de qualquer forma não deixa de
ser em alguns momentos delicioso como o diretor faz um filme "feminista", em
que as três mulheres arquitetam um plano para que o homem reveja seu
machismo e se torne mais humano.
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