A Grande Família

A Grande Família

De Maurício Farias

Palácio 2 qua 7

0 ½

 

Recentemente tenho pensado muito num filme japonês chamado Suzaku, que se concentra na questão da família, em como uma família no interior do Japão precisa se separar para permanecer junta, como o tempo e o espaço refletem a necessidade de mudança e de continuidade de uma forma de ver (e viver) o mundo e as coisas. Aí em seguida eu entro no Palácio 2 para ver A Grande Família, que parece ser o hit nacional de 2006, e entro numa espécie de circo dos horrores. Porque o filme é tudo o que Suzaku não é, é toda a boçalidade da vida nossa de cada dia: filho xingando o pai, pai batendo no filho, marido corneando a mulher, piadas grosseiras e vulgares, a visão mais superficial possível do cinema e da vida.

 

Dito isto, o que traz algum interesse para esse projeto é uma leve tentativa de dar algum formato mais dinâmico para o filme no roteiro, contando três possibilidades de uma história, como se fosse Feitiço do Tempo ou ainda Amores Possíveis. Tem uma certa leveza, porque no fundo tudo dá quase no mesmo com pequenas variações, então a gente deve viver a vida sem os famosos “se...”, porque no fundo a gente tem que se assumir como é, e assim é a melhor coisa. Tem também o lance do final, que tem uma circularidade que dá um certo charme à narrativa (eu adoro finais circulares) porque mostra que as coisas se repetem, e no fundo as questões da família e do relacionamento envolvem as mesmas questões, que são as questões de toda família e de todo relacionamento.

 

Quanto à realização do filme, há muito tempo eu não via um projeto tão desastrado: uma enorme dificuldade da decupar e dar algum ritmo a essa comédia. O que teria tudo para ser uma típica screwball comedy tem um ritmo lento, especialmente na primeira parte do filme. Problemas de montagem e de ritmo claros. Sem falar na fotografia: o filme é muito mal iluminado e o transfer ficou muito comprometido. Os atores não estão bem, muito careteiros, principalmente o Marco Nanini, quase irreconhecível. Mais o mais grave é a dificuldade de enquadrar, de decupar, de dar um ritmo ao filme, o que mostra que, para um segundo filme, Maurício Farias está muito mal. Os campo-contracampos mais fora de contexto que já vi em muito tempo. Enfim, vida que segue.

Comentários

Anônimo disse…
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