O Filho da Noiva

O Filho da Noiva
de Juan Jose Campanella
Argentina/Espanha, 2002
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Depois de uma boa semana de cinema argentino recente, peguei em DVD O Filho da Noiva, e ... era exatamente o que eu esperava: o falso filmne-lágrima, o lacrimejante de laboratório. Campanella fez "estágio" na Tv dos Estados Unidos, então é competente no básico de seu ofício, ou seja, segue tudo ao pé da letra: música chorosa o tempo todo, "orelhas" engraçadinhos, humor e emoção na "medida certa", diálogos "profundos", etc, etc, etc. Ou seja, o filme não tem um único plano verdadeiro.

Pra comparar, digo que é como se o Campanella fosse o filho do professor de Lugares comuns, o que desistiu de ser argentino e foi viver na Espanha, ganhar a vida como analista de sistema. O filho da noiva só não é americano pelo pequeno detalhe de ser falado em espanhol.

A crise do personagem principal pode até ser comparada com uma crise da Argentina, mas o fato é que se há transformação e luz na transformação do ator (o extraordinário Ricardo Darin), em O Filho da Noiva, há o filme-fórmula, há o espectro sydfieldiano. Falta silêncio, falta vontade de cinema, falta desejo: O Filho da Noiva é o cinema argentino globalizado, asséptico, insípido, ou seja, um filme que faz as pessoas chorarem e se sentirem melhores ao saírem do cinema. Socooooorro!!!!!

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