A cada dia que passa eu vou percebendo cada vez mais que se o cinema pode
ainda nos dizer alguma coisa ele precisa aprender as lições de WALDEN, e
cada vez mais sinto como o cinema de Jonas Mekas nos traz coisas sobre a
natureza do mundo e do cinema, contra essa natureza falsa da representação e
contra essa natureza falsa que a nossa vida cada vez mais está se tornando.
Nessa época de loucas e fugazes transformações tecnológicas, e que cada vez
mais o domínio do capital e as estruturas de poder é que ditam as regras do
mundo, o cinema de Jonas Mekas, e especialmente o WALDEN, nos diz que é
possível caminhar se voltarmos em direção às origens, e no caso do cinema,
com um abraço carinhoso no cinema de Lumière. Cinema dos sentidos, cinema da
vida, cinema infantil, cinema intelentual, cinema do espírito, cinema da
imagem, o cinema de Jonas Mekas é um doce percurso pelas possibilidades da
imaginação, pelas possibilidades de encantamento com o que há de mais
simples na vida, contra essa parafernália tecnológica para sinalizar que o
papel do cinema é essencialmente um papel do encontro, e não da imposição de
um discurso e de uma representação. Cinema caseiro porque usa a tecnologia a
favor do filme, e não contra o filme e a vida. Diário de memórias, filme
caseiro, prosa poética desse enorme mergulho que é vida, que não podemos
resumir senão sentir, Jonas Mekas gênio, mestre, aprendiz. Obrigado Jonas
Mekas.

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