O Império dos Sentidos
O Império dos Sentidos
De Nagisa Oshima
DVD seg 28ago 22hs
0 ½
Confesso que vi com grande expectativa esse Império dos Sentidos pela primeira vez, ainda mais porque admiro o cinema do Oshima e em especial seus primeiros filmes, como Túmulo do Sol e Juventude Desenfreada, mas com esse filme me passou a sensação de um O Último Tango em Paris: um sentido de decadência (decadência de estilo, e não estilo sobre a decadência) e um pas de scandale. Ou seja, o filme milimetricamente feito para chocar, sendo que nada choca. Hoje, pelo menos, soa datado e os aspectos típicos do melodrama barato florescem. E olha que – apesar de eu ser um conservador a cada dia que passa – as cenas de sexo explícito em nada me chocam ou me deixam atônito com o grau de ousadia do diretor (oh!). Mais atônito fiquei com a mulher puxando o bilau (de verdade) de um menininho de cinco anos, até ele gritar dizendo que ela o está machucando.
A ousadia: o encontro da ex-prostituta e do senhorio. Ele larga tudo para ficar com ela. O amor começa a ficar intenso até se tornar doentio. O amor se confunde com a dor, até que ela o mata. Meio como o Matador do Almodóvar, só que feito bem antes. Mas Almodovar filmou muito melhor, diga-se de passagem.
O Império dos Sentidos me lembrou muito os filmes do Galante dirigidos pelos paulistas, como o Walter Hugo Khouri. Ou seja, se fosse brasileiro cairia tranquilamente no total ostracismo. Como é oriental e foi proibido, virou cult.
Em termos da cultura oriental, o filme é mais complexo, e merece uma reflexão maior antes de eu falar besteira. Mas parece que o Oshima tem uma certa raiva anárquica dessa tradição oriental e quer jogar tudo para as cucuias. Mas de um certo ponto de vista o filme é sobre a impossibilidade de se amar plenamente, mas se for realmente sobre isso, faltou muito para desenvolver o tema.
Algumas elipses, algum desejo por um cinema não muito convencional e a entrega do trabalho dos atores (os planos-sequência das tentativas de estrangulamento) tiram o filme do total equívoco. Para mim, pelo menos, muito pouco, e uma grande decepção.
De Nagisa Oshima
DVD seg 28ago 22hs
0 ½
Confesso que vi com grande expectativa esse Império dos Sentidos pela primeira vez, ainda mais porque admiro o cinema do Oshima e em especial seus primeiros filmes, como Túmulo do Sol e Juventude Desenfreada, mas com esse filme me passou a sensação de um O Último Tango em Paris: um sentido de decadência (decadência de estilo, e não estilo sobre a decadência) e um pas de scandale. Ou seja, o filme milimetricamente feito para chocar, sendo que nada choca. Hoje, pelo menos, soa datado e os aspectos típicos do melodrama barato florescem. E olha que – apesar de eu ser um conservador a cada dia que passa – as cenas de sexo explícito em nada me chocam ou me deixam atônito com o grau de ousadia do diretor (oh!). Mais atônito fiquei com a mulher puxando o bilau (de verdade) de um menininho de cinco anos, até ele gritar dizendo que ela o está machucando.
A ousadia: o encontro da ex-prostituta e do senhorio. Ele larga tudo para ficar com ela. O amor começa a ficar intenso até se tornar doentio. O amor se confunde com a dor, até que ela o mata. Meio como o Matador do Almodóvar, só que feito bem antes. Mas Almodovar filmou muito melhor, diga-se de passagem.
O Império dos Sentidos me lembrou muito os filmes do Galante dirigidos pelos paulistas, como o Walter Hugo Khouri. Ou seja, se fosse brasileiro cairia tranquilamente no total ostracismo. Como é oriental e foi proibido, virou cult.
Em termos da cultura oriental, o filme é mais complexo, e merece uma reflexão maior antes de eu falar besteira. Mas parece que o Oshima tem uma certa raiva anárquica dessa tradição oriental e quer jogar tudo para as cucuias. Mas de um certo ponto de vista o filme é sobre a impossibilidade de se amar plenamente, mas se for realmente sobre isso, faltou muito para desenvolver o tema.
Algumas elipses, algum desejo por um cinema não muito convencional e a entrega do trabalho dos atores (os planos-sequência das tentativas de estrangulamento) tiram o filme do total equívoco. Para mim, pelo menos, muito pouco, e uma grande decepção.
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