Metalinguagem
(ou a menina de Vênus)

O verso curto
O corte seco
O filme sem música
A vida sem som

O traço reto
A cartela negra
O filme sem som
A vida sem cor

A argila seca
A decupagem dura
O filme sem cor
A vida sem música

Filmo o filme
Vivo a vida
O corte é bruto
O verso é duro

filmo o filme
como
vivo a vida
sem v
oc
ê

Comentários

Anônimo disse…
muito bom. me lembrou (por causa do final do poema) "uma folha que cai" do cummings. se lembra quando nós íamos cada um fazer um filme baseado nesse poema? bizarro.
Cinecasulófilo disse…
claro que lembrei de vces nesse final, em que o poema se desfaz, se acaba, como se fosse um filme de monte hellman. e das motivações algumas de UM FILME ABSTRATO... e lembrei do rô, que ontem me questionou pq meus filmes eram sem som logo agora que estávamos na era dolby... e tbem da menina de Venus, que surgiu de outro planeta para invadir a minha galáxia...
Anônimo disse…
você havia dito uma ”poesiazinha” e eu tenho que discordar desse diminutivo porque quando é para ou inspirado na gente fica tão grande...
qualquer tentativa de demonstrar o quanto isso é importante nem cabe aqui
assim como não coube em mim o meu riso quando li pela primeira vez, assim como não caibo mais em mim agora, depois de a ter lido junto com o seu comentário.
eu posso ter muitas coisas, mas nada se compara a ter uma poesia.
Anônimo disse…
"Filmo filmes
Como
Vivo a vida"

"Navegar é preciso, viver não é preciso"...

Já fiz minha escolha.
Cinecasulófilo disse…
menina de Vênus,
escrever a poesia é fácil, o verdadeiramente difícil é declamá-la, não? rsrsrsrs
Coragem! Que urge fazê-lo...
Anônimo disse…
Pô, cara, gostei do seu poema. Gostaria de publicá-lo no Balaio. Como assiná-lo? Um abraço.

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