Eu não havia percebido uma coisa bastante simples em O MÁGICO DE OZ, e a percepção desse fato perturbou-me um pouco. Acho que esse singelo filme me emocionou tanto porque no fundo é um filme sobre a amizade, sobre o valor da amizade, e sobre como é importante percebermos que não se está sozinho no mundo. No início do filme, os “adultos”, preocupados com suas tarefas diárias, não podem dar atenção a Dorothy. Ela está sozinha. Ela só tem a companhia de seu mudo cachorrinho, e quando ameaçam tirá-lo de perto de Dorothy, ela tem uma crise profunda de consciência. A amizade fiel de Dorothy a seu cachorrinho é maravilhosa, porque o cachorrinho não fala, não age, ele representa por si só a existência de uma companhia. Quando ela canta “Over the rainbow”, momento inesquecível do filme, ela na verdade cria em cima desse descompasso, ela expressa seu desejo por um mundo menos solitário. Ao final, ela se reinsere no mundo, na “sociedade”. Essa travessia humana de companheirismo é também claro sobre a tolerância, sobre a consciência de que todos estão em busca de algo muito íntimo que nos escapa.

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