Aawara

Aawara
De Raj Kapoor
MAM, sex 15 18:30
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Primeiro filme clássico de Bollywood, a Meca do cinema industrial indiano, que eu pude assistir. E pra mim me lembrou (mal comparando) a Vera Cruz: um roteiro estranho com altas transformações e quebras, cinema de estúdio com tudo em cenários falsos e breguíssimos, o falso conteúdo popular, o cinema de tom melodramático, a imitação do modelo clássico americano. Ou seja, um cinema completamente equivocado. A famosa seqüência do sonho é de fato interessante, mas nada que Pabst em 1925 não tenha feito dezenas de vezes melhor. A comparação com Chaplin é totalmente esdrúxula e despropositada. Bom, é cinema clássico competente, até que bem narrado, mas o roteiro de quebras absurdas, muitas oscilações de ritmo que dão soooono, etc, fazem o filme ter envelhecido muito, e hoje nada dizem a nós mortais. Diz a lenda que Kapoor era um esteta: bobagem. Um diretor mediano americano faria melhor. Quase tudo em plano médio, e na dúvida tasque planos de cobertura. Pura televisão.

A história, típica dos filmes de Kapoor, fala sobre a inevitabilidade do destino, e sobre a opressão das classes populares que não têm chance de subir na vida. Juiz abandona a mulher por suspeita de que seu filho na verdade foi fruto de um estupro. Mas o garoto é na verdade seu filho. Ele cresce pobre, e mesmo sendo bom, acaba bandido, porque a sociedade não lhe dá uma chance (ohh!). Ele se apaixona por uma mulher que o juiz é o tutor (o amor impossível). Pobre x rico. Ele tenta mudar de vida mas não consegue, já está condenado pelo destino. Mata o bandidão ao proteger a mãe, vai pro tribunal, é condenado. Mas ao final o juiz descobre que é seu filho, e fica com grande culpa. Mas é tarde demais.

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