Il y a longtemps que je t'aime
Há Tanto Tempo que Te Amo
De Philippe Claudel
0 ½
Co-produção franco-alemã exibida na competitiva do Festival de Berlim no ano de Tropa de elite, dá uma ideia porque o filme brasileiro foi vencedor. O argumento a princípio me soa interessante: um drama familiar intimista sobre duas irmãs que se reencontram após 15 anos quando uma delas sai da cadeia, condenada por ter assassinado seu próprio filho. Drama, família, morte: temas que me interessam. A questão é que Philippe Claudel resolve tudo (roteiro e mise en scene) de uma forma um tanto óbvia, fechando todos os vértices da equação, explicando ao final porque a mãe matou o filho e tentando o tempo todo no filme “justificar” seu desfecho final, “humanizar” essa mãe no mau sentido (isto é, colocá-la como injustiçada, sofredora solitária, vítima do destino, incompreendida). Visualmente o diretor resolve sempre tudo no diálogo e joga pros atores, com a única exceção de uma cena de jantar aos 33 minutos de filme, resolvida com um plano-sequência criativo, com uma movimentação ágil de câmera e dos diversos personagens em cena. Kristin Scott Thomas, a liberta, encarna sua personagem com um estilo sóbrio que dá ao filme um inesperado sopro de vitalidade. Mas no fim (especialmente no final, um final bastante burocrático) Claudel faz um rame-rame correto, sem riscos, o que evidentemente se distancia de tudo o que o bom cinema busca, especialmente o cinema intimista de situações extremas, como a que o filme tenta se aproximar, mas torna tudo falso, artificial, sem vida.
De Philippe Claudel
0 ½
Co-produção franco-alemã exibida na competitiva do Festival de Berlim no ano de Tropa de elite, dá uma ideia porque o filme brasileiro foi vencedor. O argumento a princípio me soa interessante: um drama familiar intimista sobre duas irmãs que se reencontram após 15 anos quando uma delas sai da cadeia, condenada por ter assassinado seu próprio filho. Drama, família, morte: temas que me interessam. A questão é que Philippe Claudel resolve tudo (roteiro e mise en scene) de uma forma um tanto óbvia, fechando todos os vértices da equação, explicando ao final porque a mãe matou o filho e tentando o tempo todo no filme “justificar” seu desfecho final, “humanizar” essa mãe no mau sentido (isto é, colocá-la como injustiçada, sofredora solitária, vítima do destino, incompreendida). Visualmente o diretor resolve sempre tudo no diálogo e joga pros atores, com a única exceção de uma cena de jantar aos 33 minutos de filme, resolvida com um plano-sequência criativo, com uma movimentação ágil de câmera e dos diversos personagens em cena. Kristin Scott Thomas, a liberta, encarna sua personagem com um estilo sóbrio que dá ao filme um inesperado sopro de vitalidade. Mas no fim (especialmente no final, um final bastante burocrático) Claudel faz um rame-rame correto, sem riscos, o que evidentemente se distancia de tudo o que o bom cinema busca, especialmente o cinema intimista de situações extremas, como a que o filme tenta se aproximar, mas torna tudo falso, artificial, sem vida.
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