A Força do Mal

De Abraham Polonsky

DVD dom 16 jul 18hs

**

 

Eu sempre tive uma grande expectativa para ver esse A Força do Mal, porque é uma espécie de filme mítico devido à figura de seu diretor, perseguido pela caça às bruxas do macartismo. E também porque vi Willie Boy, e gostei bastante. Mas esse A Força do Mal, convenhamos, não é nada demais, e não tem nada que possa ser um libelo ao comunismo e que justifique a perseguição ao diretor. Ou seja, esta deve ter sido por sua vida pessoal e não por seus filmes.

 

O que não significa que A Força do Mal seja um filme ruim, ou direitista. É um retrato do submundo que dialoga com os filmes de gangster pré-cinema noir dos anos trinta, embora esse seja feito um pouquinho depois.

 

O roteiro não parece nada demais (gansgter tem crise de consciência quando num negócio precisa prejudicar seu irmão, que recusa sua ajuda) mas a forma sóbria como Polonsky encena essa história, com um uso muito expressivo da fotografia preto-e-branco dão uma grande força moral a essa história. John Garfield acima da média de seus papéis, mas nada expressivo.

 

O filme tem algumas cenas memoráveis: a morte do velho contador (a montagem e o plano do óculos) e especialmente a enorme cena em que Garfield vai ver o corpo do irmão. Ele se vê cercado de uma geografia física que vai dialogar de forma muito estranha com essa tragédia. De inspiração expressionista, desce ao longo de escadas e espirais, mas ao mesmo tempo é um dos raros momentos do filme em que se vê um espaço aberto, filmado em plano geral. Essa sensação de liberdade e aprisionamento, valorizada pela montagem, resolvida de forma muito simples mas funcional, é uma pequena aula de como fazer cinema com inteligência.

 

Por enquanto é isso.

 

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