Hombre

HOMBRE
Hombre, Martin Ritt
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Foi uma boa coincidência ver este Hombre logo depois de ter visto Willie Boy. Há muito em comum (o western, o lado índio, o "defensor da reserva indígena") e há muito em contrário.

É um Martin Ritt acadêmico (aos poucos estou me desencantando), embora, como sempre, haja uma conciência de linguagem, um ritmo, uma noção de enquadramento invulgares.

Parece tbem um No tempo das diligências, ate pq a diligencia acaba sendo um microcosmo de uma sociedade conservadora que o filme vai criticar. E nisso o filme funciona e Ritt parece estar bem, apontando os diálogos etc etc

Mas o que é sinistro no filme, o que dá medo, são os diálogos que surgem lá na casinha no final do filme, em que os personagens estão cercados. Aí o filme vira quase um tratado metafísico ,sobre a angústia de viver, ou (ainda) quase uma peça de Pirandello (forçando a barra...). No diálogo do Paul Newman com a antiga dona da pensão, vemos todo o rancor do Newman que não consegue ser superado, mas por outro lado entendemos perfeitamente todos os seus motivos, chegamos a estar do lado dele. Entendemos sua dificuldade de ajudar "os brancos", mas a partir da conversa da mulher pensamos que isso tbem é reflexo de seu egoismo, de seu niilismo, e que sua reação negativa tbem nao o levara a lugar algum. Mas aí no final tem um sacrificio redentor falso que prejudica todo o filme. E vemos q é o unico final possivel prum filme que no fundo é puro mainstream, e q Ritt dirige com todo o esmero academico.

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