(sobre a revolução na arte)
goya, por todorov

Por algumas rupturas decisivas com a tradição, Goya anuncia o advento da arte moderna. Claro, trata-se aqui de uma avaliação retrospectiva, para não dizer anacrônica. Goya não exerceu uma influência imediata sobre a trajetória da pintura na Espanha, e muito menos sobre os pintores dos outros países europeus: ele só começa a ser conhecido fora da Espanha a partir de meados do século XIX, décadas após sua morte. Não foi o líder tonitruante de um movimento internacional de vanguarda, à maneira de Marinetti para o futurismo, ou de Breton para o surrealismo. Somente quando nós, os habitantes do século XXI, lançamos um olhar sobre a evolução das artes da imagem na Europa, ao longo dos duzentos anos que acabam de passar, é que somos levados a constatar: produziu-se uma subversão durante esse período da história, e Goya é o artista que, certamente não o único, mas melhor do que ninguém, pressentiu os novos caminhos que se abriam à sua arte e esboçou alguns primeiros passos por esses caminhos.

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