Dois momentos de A MULHER QUE INVENTOU O AMOR, de Jean Garret. Notem o primor de enquadramento no primeiro plano, em que um jogo com a perspectiva gera uma piada típica desse cinema de gênero. A iluminação, a arte, respiram essa "falsa sofisticação" de que fala o filme. No segundo caso, há uma relação direta com o plano anteriormente mostrado. Mas agora o quadro toma vida. O homem sobre sua própria foto em tamanho natural. Aqui, ela sente a carne. Mas é tão infeliz quanto antes. Outro tipo de infelicidade, mas é possível dizer que ela é tão infeliz quanto antes. Ou até que agora ela é mais infeliz. Imagem ou carne; representação ou "real", não é isso que de fato importa. Importa é amar. Ter um marido; ter um status social, ter um macho: nenhum desses requisitos da felicidade pode saciar essa mulher. Porque ela precisa, acima de tudo, de alguém que a ame. E isso ela não encontra, nem na foto, nem na carne. Ela precisa inventar um amor. E fracassa. A MULHER QUE INVENTOU O AMOR é uma mistura estranha (mórbida/melodrama cômico) de GERTRUD (Dreyer) com LES BELLES MANIERES (Guiguet).
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