O objetivo de um (bom) professor é fazer com que seus alunos consigam ir além dele, que consigam realizar os sonhos – todo professor possui um sonho não realizado – que ele não conseguiu. Não que o aluno vá realizar os sonhos do professor, e sim os seus próprios, mas que ele o consiga. Acredito muito numa máxima – o paradoxo de Shaw – que diz que “quem sabe, faz; quem não sabe, ensina”, especialmente no campo das artes. O desejo do professor é que os alunos vão para o mundo, que consigam avançar para além de onde o professor parou (por cansaço, por fraqueza, por não ter as condições na sua época para avançar...). E que esse professor, por sua vez, em alguns pontos conseguiu ir além daqueles que os seus próprios professores atingiram. Não digo que isso é o “progresso” mas que é assim que a vida toma o seu curso, indo para frente, dialogando com o que veio antes.

Para isso, o professor deve perceber que os alunos se vão, e ele fica. A cada semestre, uma nova turma, novos alunos. Os alunos passam: curiosos, vão para o mundo. Ele, ao final da aula, que talvez ofereça uma centelha de luz, em algum pequeno momento, fica ali, espera todos os alunos saírem, apaga o quadro, retira seus pertences, apaga as luzes e fecha a porta. Esse algo que chamei de “centelha de luz” talvez possa ser um ponto de partida.

Comentários

Postagens mais visitadas