Relendo o texto que escrevi sobre Café Lumière, encontro o seguinte trecho:

Mas, antes disso, Café Lumière é um filme sobre o tempo da vida, sobre a duração das coisas, e sobre uma idéia de rotina. É um filme que tenta conduzir uma idéia de cinema que abandone meramente um sentido funcional (leia-se narrativo, causal, impositivo) para buscar um cinema que de forma orgânica busque uma possibilidade de “viver com os personagens”, e não “viver dos personagens”. Ou melhor, mais que “ser personagens”, eles simplesmente são. Com isso, Hsiao-Hsien busca um cinema puro, um cinema que não precisa “ter que dizer alguma coisa” mas que simplesmente diz.

É incrível como ele poderia ser usado tranquilamente para falar sobre A Viagem do Balão Vermelho e como, ao mesmo tempo, este é um filme consideravelmente diferente do primeiro.

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