6 - mesmo nos interiores, a câmera de Otheguy é em geral respsitosa, distante, evocando um profundo sentimento de solidão. A plasticidade da imagem permanece.


7 - a biblioteca, mostrada com enorme rigor, com um enquadramento frontal.


8 - contraste entre interior e exterior: rigor e solidão.


9 - o olhar voyeurístico de La León, desta vez num mesmo plano: uma espécie de um plano-síntese sobre a natureza dos Homens e das coisas.

Comentários

Anônimo disse…
ikeda,

só agora vi a sua resposta ao meu comentário lá em baixo sobre o alonso.
eu acho que esquemático é diferente de metódico. e metódico é diferente de rigoroso. nesse sentido os seus filmes são bem diferentes do alonso. a mim o que interessa é o quanto de vida que transborda nos filmes. pelo menos é isso que quero dizer quando falo que alonso não sabe o que quer dizer. ninguém precisa saber exatamente o que quer dizer (isso seria até meio ridículo). mas é como se precisássemos abrir uma janela para que a vida, que não controlamos, entre e transforme o ambiente. é o que você faz no desertum. é claro que o que digo é muito mais uma declaração de princípios que uma análise.
tá meio confuso esse meu comentário.
uma última coisa: se tem uma coisa que estou cada vez mais de saco cheio é dessa fotografia plástica linda e perfeitamente ostensiva de si mesma. visualmente distante do discurso.
por isso é sempre importante ver e rever o straubs, ou john ford, ou ainda minelli. ou ainda cao guimarães.
acho que é isso.
abs.
Cinecasulófilo disse…
Luiz, pensei um pouco na sua extremamente importante diferenciação entre “esquemático”, “metódico” e “rigoroso”. Depois disso recorri ao dicionário para relembrar o que era esquema (“Figura que representa não a forma verdadeira dos objetos mas as suas relações ou funções”) e na verdade passei a achar que nem Lisandro Alonso nem o Carlos Reygadas são no fundo “esquemáticos”. Quem são esquemáticos por exemplo são os filmes recentes do Ken Loach que acham que os seus personagens são meramente um produto do meio em que estão inseridos, sua personalidade sendo “função” do meio. Ou ainda, o cinema do Eisenstein. Não acho que o espaço físico em Alonso ou Reygadas determine o destino dos seus personagens, ou que essa relação seja meramente uma “correspondência biunívoca”. É só ver a importância ambígua tanto do primeiro plano do Los Muertos quanto o de Luz Silenciosa para constatar isso. Aliás, dois belíssimos planos.
Anônimo disse…
realamente são dois belos planos.

é muito difícil usar essas palavras. é muito fácil cairmos em discussões intermináveis. mas ainda assim é importante buscar conhecer bem essas oalavras que tanto usamos. gostei de ler a definição do dicionário para esquema.
mas eu tenho a sensação de que o alonso e o reygadas têm semelhanças, mas na verdade eles são bem diferentes. o que eu tô tentando dizer com relação ao alonso é uma que é uma coisa que eu percebo e que é muito sutil. posso estar enganado, mas teho a sensação que no fundo ele é meio picareta (deve ter muia gente que acha isso do reygadas). isso pode mudar é claro. quero ver esse liverpool pra ver o que acho.
de qualquer maneira entendo a importância do cinema dele na américa latina.

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