as páginas dos dias

Um blogueiro que guardo em grande consideração (tanto que agradeci em meu ÊXODO) mais uma vez queimou os seus escritos, por não mais gostar deles, por achar que eles são bolhas de sabão, ingenuidades, em relação ao que acha agora.

Este fato me deixa absolutamente triste, desconsolado.

Na internet, há textos meus escritos há quase dez anos. Alguns (não poucos) eu os acho hoje infantis, ingênuos, ou mesmo não concordo mais com o que foi escrito. Há um texto hilário de ingenuidade sobre Gente Como a Gente, um filme do Robert Redford, que eu vi diversas vezes, e que na época me dizia muito.

Mas eu não os apago. Eles continuam lá, em algum lugar do hiperespaço. Por que? Porque a vida não tem retake, porque para mim a escrita é como um diário que você nunca pode arrancar as páginas dos dias, porque elas lhe mostram que o que você é hoje, é fruto do que você foi ontem.

Escrever é como um diário de vida, do qual você guarda algumas cicatrizes mas que formam o que você é hoje.

Imaginar a possibilidade de arrancar um página desse meu diário é para mim dor profunda, porque é como se fosse raiz cicatrizada em algum lugar desconhecido.

Por isso, quando visitei o blog deste meu amigo e me deparei com a mensagem de “este blog foi removido”, o fato me deixou absolutamente triste, desconsolado. Porque com ele, mais do que os textos, se vai uma possibilidade de alguém descobrir um processo de busca cuidadosamente talhado ao longo de um certo período. E agora isto se perdeu.

Comentários

natércia pontes disse…
oi, marcelo. na internet nada se perde. existe uma maneira de recuperá-los: www.webarchive.com
um beijo,
Anônimo disse…
E este blogueiro acabou dando a mesma justificativa que eu...

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